Soneto de despedida
Vem logo! Vem dizer-me aqui em segredo
O quanto de mim mesmo vive em ti...
O quanto do comum querer excedo...
Se vais chorar demais quando eu partir...
Se vais dizer, em lágrimas de medo,
O quanto ansearás que eu fique aqui
Nas noites que, na boca, um gosto azedo
Far-te-á pousar a mente junto a mi...
Tão logo se desfaça em névoa fina
Toda a plangência da lágrima hialina
E reste só sorriso em mim empós
Vê e sente o quão constante e vitalício
É o amor que te devoto desde o início
É o amor que, desde sempre, grita em nós!