A última conversa

Um dia, estava andando por uma sombria rua

sem saber se era de frio ou dor meus gemidos

e pensava poder sentir nesta minha alma nua

reclamações eternas de todos anjos decaídos

Sentia a minha carne fresca, quase que crua

e ouvia, sem saber ao certo se tinha ouvidos

uma dama com um caixão: infelicidade sua

perguntei o que houve, antes tivesse partido!

Pois quando ela levantou a maldita tampa

vi que o corpo que aquele caixão acampa

era o meu próprio: só o corpo e a mente

Confuso em todo aspecto, vi minha esposa bela

mas cansada de chorar todo luto que havia nela

conversando comigo telepaticamente!

Ernani Blackheart
Enviado por Ernani Blackheart em 16/11/2011
Código do texto: T3339399
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