A última conversa
Um dia, estava andando por uma sombria rua
sem saber se era de frio ou dor meus gemidos
e pensava poder sentir nesta minha alma nua
reclamações eternas de todos anjos decaídos
Sentia a minha carne fresca, quase que crua
e ouvia, sem saber ao certo se tinha ouvidos
uma dama com um caixão: infelicidade sua
perguntei o que houve, antes tivesse partido!
Pois quando ela levantou a maldita tampa
vi que o corpo que aquele caixão acampa
era o meu próprio: só o corpo e a mente
Confuso em todo aspecto, vi minha esposa bela
mas cansada de chorar todo luto que havia nela
conversando comigo telepaticamente!