Soneto a um defunto rico II (Lima Barreto)
Sobre a flâmula da vingança esperança
Minha praga a chaga da choldra abjeta
Minha letra no humor negro espeta
Esteta das missivas sevas a herança.
Escritor do povo da vida real esteta
África brasileira aparece à criança
Pudores revirados desta vingança
Atrozes escritas europeias ascetas.
Doutor dos pobres das favelas quietas
Louco das cobiças inteiras querelas
Príncipe das ruas cariocas secretas.
Nos olhos o alcaloide das donzelas
Tristezas levadas ao ataúde abjetas
Coração do Brasil da negritude setas.