Cada riso meu, cada soluço
Decido divagar sobre o que sente
Meu espírito forjado na amargura
Quando, inquietos, vão a tua procura
Meu pensamento e minha voz fremente...
Recito devagar na minha mente
Os frêmitos de agror da grande altura
Da qual precipitei-me, em tarde escura,
Para manchar-me em teu amor, somente...
Toda carícia vã que me arrepia
Finjo-te amar bem mais a cada dia
Mas cada riso meu, cada soluço
Faz-me saber: de ti não sou liberto...
E, vê, fingindo amar-te, fico certo
Que é teu este sangue ardente do meu pulso!