"PARADOXO"
Quando a vaga vida volta as costas ao homem,
Tudo se mostra um obstáculo à sua jornada.
Apenas pedras e espinhos surgem na estrada,
E desagradavelmente seguirá ele adiante.
Quando o homem à vida dá-lhe as costas,
A sobrevivência torna-lhe mais embrutecida;
A vitalidade torna-se mais e mais diminuída,
E desgraçadamente a morte lhe será amante.
A vida é trágica e bela, amarga e tolerante,
E pelos paradoxos naturais, luta o ser humano,
Preocupando-se mais nas certezas que nos enganos.
A morte é triste e harmônica, indefinível e constante,
E em suas preciosidades a verdade é uma realidade:
Vire as costas à vida e na morte ela será verdade.
(ARO. 1976)