DANÇA COMIGO!
Odir Milanez


Dança comigo passos de fandango,
dessas danças de pernas contra pernas,
mesmo que antigas sejam ou modernas,
mesmo que a dança deixe-me sambango!

Morde-me a boca, pisa os pés; não zango.
Colado ao corpo teu, o meu governas.
Deixemo-nos tocar nos entrepernas,
turbilhonando o trêfego do tango!

Dancemos em doblez. Bandoneões
hão de tocar tangências de boleros,
libertando lascivas sensações.

Ao toque d’algum tango somos meros
pervertidos parceiros das paixões,
das malícias mecênicas de Eros!
 
 

BOLERO
Edir Pina de Barros
 
Que tal dançarmos juntos um bolero?
Ai! Dois p’ra lá e dois p’ra cá dengoso
que, de tão manso, torna-se fogoso,
do jeito que tu queres e que espero.
 
Fandango é muito bom! Eu sei! É vero!
Mas o bolero, amor, é fabuloso
e, muito mais, é cálido, jocoso
do jeito que aprecias e que quero!
 
Na lenta sedução, à luz de vela,
lascivas sensações  dos toques lentos,
no vai e vem da dança dos desejos.
 
Ah! E  eu nos braços teus, fatal gazela,
fingindo que não sei dos teus intentos,
escondo o meu olhar no véu de pejos.
 

Brasília, 15 de Novembro de 2011
PURA CHAMA, pág. 73
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 15/11/2011
Reeditado em 18/04/2014
Código do texto: T3336952
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