PÂNICO
É tarde. Estou sizinho e triste
No silêncio da noite a chorar.
Sinto o cérebro vazio, nada existe
Apagou, já não sei mais rezar.
Um pânico toma conta de mim
Preciso de ajuda, tenho medo
Acho que tudo acabou — é o fim.
Caminho sem volta para o degredo
Cansado, escuto a chuva caindo
E um vento frio açoita ferindo
Este corpo febril tão sofrido.
Na posição de feto assim fiquei
Uma eternidade — o tempo que passei
Esperando o amanhecer ali esquecido.
Marcus Catão