MEU VÍCIO

Quando beijei-te o lábio lindo, à vez primeira,

ai, eu não pude imaginar-me a triste sina

de, então, tornar-me um dependente que alucina

o próprio tino ao teu sabor, a vida inteira.

És o meu vício lancinante, qual morfina...

Escravizei-me ao beijo teu sobremaneira...

E sigo aos mandos da loucura sobranceira...

Colhendo as luzes desta boca, rica mina...

Mas eles queimam, os teus beijos têm o lume

a incendiar os brios meus, com meu ciúme

de tantos outros que sentiram tal fulgor.

Do teu presente não suporto algum limite...

E a insana inveja do passado não permite

nem com o tempo partilhar o teu amor.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 14/11/2011
Código do texto: T3334823
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