Insônia
Em meio à anestesia desta insônia,
Matizes rubras de melancolia...
Dissolvo o desespero em dor tardia
Pondo no peito a compaixão errônea
De tão constantes gritos de agonia
Que brotam viscerais da alma que sonha
Fundindo-se em funérea cerimônia
A três ou quatro risos de alegria!
Nos vapores de sódio e de mercúrio
Vejo uma farsa do teu corpo ebúrneo
Sintetizada pela mão inábil
De um poeta entorpecido por seus medos
Que nota angústias fluírem por seus dedos
Após morrerem secas no seu lábio...