AMIGOS, MAS NÃO VIRTUAIS
Se digo que não sou amigo dos que não vejo,
É que deslumbro quem de corpo físico comparece
Ou se o que olho só num clique desvanece,
Não me importo com o excesso do teu pejo.
Não posso confiar num led, num lampejo...
O que desde os primórdios me esclarece:
Um só toque tangível na cútis me envaidece,
Mais que estar semoto do desejo.
Não me embuço da verdade, nem de dizer,
Com franqueza como a luz do alvorecer,
Que só prezo quem jaz dormindo nos meus seios.
Porque amigo é quem é tal como irmão,
Que irmão já não lhe deu tanta razão,
Embora não privei-te da verdade sem rodeios?
(YEHORAM)