Praia de são Conrado, RJ
ALENTO / (DES)ALENTO
(dueto: Walter de Arruda / Ana Flor do Lácio)
ALENTO
Eis
Que ela
Desmancha
Encanto que a faz
Pouco a pouco sem notar
Quase esse silencio que fica
Sem vento, sem cismas pelo pensar
Nem o tempo esse carinho nota
É submerso pelo orvalhar
Dos encantos da sereia
No lamento d'água
Nas cachoeiras
Nascentes
Secam
Sem cantar
Silenciam almas
E o coração se esvai
Sem querer alento
Foi só um carinho
Que te trouxe encantamento
Foi só um sopro... Tentando brincar
Com teus cabelos... Foi só uma pedrinha
Que desejou, brincou de estrela...
E, riscou o Céu de teus pensamentos...
É só um murmúrio... A murmurar
E se perde em tanto espaço
Entre as Poesias…
Walter de Arruda
É com imenso carinho que recebo estes versos desta gentil Poetisa amiga Ana Flor do Lácio que se irmanam a este versar... ALENTO...
Agradeço ao poeta Walter de Arruda a inspiração colhida no seu lindíssimo poema. A poesia é o Infinito Particular do poeta e você, prezado Walter, gentilmente, abre para nós seu Infinito Particular e
com ele nos encanta. São poetas como você e algumas dezenas mais neste Recanto que me fazem crescer e querer cada vez mais continuar a escrever. Obrigada!
(DES)ALENTO
Chegaste quando tudo era desalento
Quando esmoreciam as horas dos meus dias,
Quando era folha arrastada em agonias,
Aos caprichos e ao sabor do agreste vento...
Chegaste e à minha alma deste alimento...
Recebi um ombro amigo, força, energia!
E a frágil folha que ao vento esmorecia,
Se fez forte, ganhou cor, encontrou alento...
Chegaste quando eu já não mais te esperava,
Em ti vinha a ternura que nunca senti
Mas..., nos volteios do tempo tudo acaba...
No amargor da vida tua imagem perdi!
Nos vis meandros do tempo tu sumiste,
Sobre a folha paira um silêncio tão triste!
Ouvindo: «Ainda bem» - Marisa Monte
Ana Flor do Lácio