COISAS IDAS [CCCIV]

Tenho os olhos no mundo desenhados

e lembranças bonitas, das melhores,

desnudam-se d’além nos arredores,

daí que bons momentos são lembrados.

O afã que mais me exulta, dia a dia,

é contemplá-los na memória, assim

como quem tem à vista mar sem fim,

um grande azul, trajando sinfonia.

Dos meus amores já ninguém se exclui,

pois, lá atrás, se teu, só teu, não fui,

também fui teu na soma das parcelas.

As coisas idas bailam-nos constantes:

assim, as novas, também ex-amantes

compartem-nos o bem e até mazelas.

Fort., 12/11/2011.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 12/11/2011
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