Vejo brotar na neblina campal, um lírio
Vejo brotar na neblina campal, um lírio
O ar denso cobre ainda a campina inteira
Quando a flor, valente, com grande sacrifício
Abandona a terra, raiz, sua casa primeira
Para beleza visual aos homens; seu ofício.
Quando a contemplamos nós de alguma maneira,
Somos quase que acometidos do martírio
Em que se acham as toras diante da fogueira!
Comovidas, elas espiam o fogo ardente
Querendo salvarem-se do termo vindouro
(Como foi o lírio, ante o romper nascente).
Mas logo entregam-se à chama reluzente,
Pois à tora talhada lhe coroa o louro
de mesmo morta, não ser apenas semente!