OS VERSOS DO POETA / MEUS VERSOS
(Dueto: Ana Flor do Lácio / Aarão Filho)
OS VERSOS DO POETA
Poeta… São teus versos encantamento,
Enlevo, fascínio, a mais pura sedução…
Cavalo no prado à solta, crina ao vento,
Flores, harpa, flauta… Maviosa canção!
São da cor do céu e do mar todos os versos
Que compõe com seus sorrisos e alegria.
São pedaços da sua alma, são lamentos,
São sentimento, são a voz da poesia!
S’ elevam … C’mo borboletas graciosas,
Em recortado voo, que é a mais pura arte!
Nos levam, ao mais alto, nas suas asas,
Em viagem que em mil letras se reparte…
Que os versos dos poetas sempre m´embalem!
Seus lábios a poesia jamais calem!
Ana Flor do Lácio
10/11/2011
MEUS VERSOS
Vagam aves no céu cinza, borrado;
Céu triste, d’azul fundo, tão escuro…
Nas nuvens espalhadas, d’alvo puro,
Eu quis também voar bem leve, alado…
Pecados, sim, os tenho e são tantos,
Por isso, não voei como eu queria;
Voar pelos meus versos, poesia,
É onde apenas vôo… Mas são encantos !
Se as asas não possuo, tão abertas,
Quais as aves no alto, libertadas,
Nos ventos, sobre o mundo, pelos dias…
… Ah, vôo só comigo nas desertas
Montanhas de papel, todas bordadas,
Com versos da minh’alma, d’alforrias!
Aarão Filho
10/11/2011
Preciosa interação do poeta oklima a este nosso texto, que muito agradecemos:
CAVALGATA DE SONHOS
Odir Milanez
Cavalgo de meus sonhos o tropel
em meu corcel alado, cor de prata,
num vôo d'além nuvens e autocrata,
entre corpos incastos de um bordel.
A quantas tropelias meu corcel
conseguirá transpor na cavalgata,
se os meus sonhos deslocam-se em volata,
turbilhonando como um carrocel?
Tento alcançá-los, entre as nuvens pandas,
mas me fogem dos braços, em bolandas,
e se distam de mim quando os abordo.
E o meu corcel alado, em voltas brandas,
aterrissa meus sonhos nas cirandas
da vida que me espera, enquanto acordo.
JPessoa/PB/oklima