Extremos inseparáveis

Perdemos-nos nós em nossos olhares.

Lançamos-nos de imensos abismos.

E do instante em que existimos,

nossas jornadas tornaram-se pares.

E dos olhares mesmos em que vimos,

soubemos-nos como que grandes mares

unidos por forças de todos 'ares,

impedidos no entanto pelos cimos;

muralhas essas, de coração dobre

de onde exalam incensos de enxofre,

lavas que intentam vulcanizar;

as águas nossas que são nossos braços

correntes marinhas que em seus traços

linhas imaginárias: dois ocea-

nos juntar!

Wellington Berdusco
Enviado por Wellington Berdusco em 10/11/2011
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