ALMAS COMBALIDAS

Ai, pobres almas, tristes almas solitárias

a se arrastarem, à metade, sem seus pares,

que são banidas do aconchego bom dos lares

e violentadas por carências temerárias...

Também me perco nestas rotas mui precárias

das almas murchas, pobrezinhas, sem amares,

que não encontram porto algum entre seus mares,

penando às mãos das outras almas salafrárias....

Saibam, alminhas, eu me sinto incompreendido

pelos irmãos que vivem mundo colorido,

cuja alegria não suporta minha dor.

Não temos culpa, nós, as almas combalidas,

de nos sangrarmos sob as dúvidas, perdidas,

longe das graças ledas, brandas do alvo amor.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 10/11/2011
Código do texto: T3327714
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