IRREPRIMÍVEL
Em menos palavra, seja em mim leve
o alfandegário peso que se adiciona da poesia,
pois não contenho o ato de escrever noite e dia
como quem requer trégua e não consegue.
Registros dispersos — avara simbologia —
transferem o frio desse sol, dor indelével
entalhando na alma desenhos de neve,
e sempre se deitam nas gavetas, à revelia.
Menina-moça nunca trouxera brilho à cena.
Amores do silêncio — acaso de velhice e segredo —,
lidos e bulidos, abrigam-se, ninguém se atreve.
Por fim, jamais se cala irreprimível poema:
oculte-se contudo a razão de que escrevo,
não retenho, em mim, o quanto se escreve.
*Poema reunido no livro "Gênese de Poemas Inversos".
Em menos palavra, seja em mim leve
o alfandegário peso que se adiciona da poesia,
pois não contenho o ato de escrever noite e dia
como quem requer trégua e não consegue.
Registros dispersos — avara simbologia —
transferem o frio desse sol, dor indelével
entalhando na alma desenhos de neve,
e sempre se deitam nas gavetas, à revelia.
Menina-moça nunca trouxera brilho à cena.
Amores do silêncio — acaso de velhice e segredo —,
lidos e bulidos, abrigam-se, ninguém se atreve.
Por fim, jamais se cala irreprimível poema:
oculte-se contudo a razão de que escrevo,
não retenho, em mim, o quanto se escreve.
*Poema reunido no livro "Gênese de Poemas Inversos".