"O VALOR DO SILÊNCIO"
Uma lágrima brota e rola pela face a queimar
Num silêncio profundo pela tristeza e dor.
As pétalas se abrem num espreguiçar de amor
Nada se ouve durante, nem mesmo um roçar.
Uma semente germina rompendo o árido chão
Sem tremores na terra, sem pedras a rolar.
Os olhos se abrem e se fecham num eterno piscar,
Mas não incomodam o silêncio de uma meditação.
A poeira invade os espaços, a limpeza maculando,
E se assentam sem cerimônia, sem um barulho fazer.
Enquanto o mundo a volta observa cada acontecer.
No espaço azul, um corpo celeste em chamas cortando,
Não fossem os olhos, não se saberia, num movimento silencioso.
Enquanto o mundo a volta prossegue misterioso.
(ARO. 1993)