"ANCIANIDADE... BEM OU CASTIGO?"
Tudo está claro, e agora o véu se dissipou:
A poeira volta ao chão, cada pedra se fixou,
A brisa há muito já deixou de soprar;
Tudo a seu tempo retorna ao antigo lugar.
Não há mais razão ou motivo pra convencer
De que ainda valeria a pena lutar e vencer.
Não há mais brilho, até o sol lhe é imponente,
Não há mais o caminho certo, tudo lhe é discrente.
Nada mais acontece a que se reagir,
Ou valer-se para que se venha a conseguir
O que ficou para trás, no passado distante.
O tempo não para e torna tudo um instante.
A vida tornou-se a linha por demais poída
Que se romperá pela velhice: herança recebida.
(ARO. 1992)