"MOMENTO DAS IMPERFEIÇÕES"
De que vale a vida sem a razão de viver
Sem uma semente que a faça pura e bela?
De que vale um bem sem visar aquela
Pobre pessoa que é um próximo a não se perder?
De que valem as sobras se nem são migalhas
A alimentar a alguém que muita fome passa?
De que vale a ajuda se a quem se faça
Reserva-se ao direito de tê-lo até em suas tralhas?
De que vale a mão que não atrai nem cria?...
De que vale a palavra como obra, sem esperança?...
De que vale a promessa na pressa incontida?...
Se esta se anula nos atos da infame vida!
Se essa não é espelho, nem o brilho alcança!
Se aquela afasta e fere e destrói com antipatia!...
(ARO. 1992)