"MOMENTO DAS IMPERFEIÇÕES"

De que vale a vida sem a razão de viver

Sem uma semente que a faça pura e bela?

De que vale um bem sem visar aquela

Pobre pessoa que é um próximo a não se perder?

De que valem as sobras se nem são migalhas

A alimentar a alguém que muita fome passa?

De que vale a ajuda se a quem se faça

Reserva-se ao direito de tê-lo até em suas tralhas?

De que vale a mão que não atrai nem cria?...

De que vale a palavra como obra, sem esperança?...

De que vale a promessa na pressa incontida?...

Se esta se anula nos atos da infame vida!

Se essa não é espelho, nem o brilho alcança!

Se aquela afasta e fere e destrói com antipatia!...

(ARO. 1992)

Profaro
Enviado por Profaro em 07/11/2011
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