LUCIDAS FARPAS DE INSANIDADE
LÚCIDAS FARPAS DA INSANIDADE
Quando penso, falo ou cismo, o suspiro dói,
é o encontro com musas verdadeiras – saudade;
sinto momentos de real felicidade,
tão reais que me pilho dizendo-lhes – oi.
Confunde o tempo ideias idosas – verdades
e a mente engana o tempo – devolve o que foi,
há vezes à custa da mágoa que corrói
da alma as mais lúcidas farpas da insanidade.
E se a cisma me traz ao palco do eremita,
(de livre solitude hei real solidão)
que produz minhas agruras quando medito.
Tento chavascar a vida e finjo ilusão
mas nada mata a ausência presente bendita;
colcha é, de aparas, este meu vil coração.
Afonso Martini – 051111