INCOMUM


Ofereces o amor — de pronto e leve,
à tua moda e tempero, e eu o aceito.
Justamente por reverenciar-te me deves
emprestar um pingo de azul e respeito.


Emudece o terremoto em meu afeto;
quando ausente, venera minha memória...
Em louvor ao mal — que não te acarreto —,
volta espargir o almíscar desta história.


Da janela (cenas múltiplas do trivial,
aprazível bosque, remissão do mal),
a minha essência dispõe-te na bandeja...


Porque raras serão as alvoradas do início,
quando a paixão submete o amor ao vício.
E amor não é cachoeira num salto de cabeça.

Milton Moreira
Enviado por Milton Moreira em 06/11/2011
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