"QUESTÃO DE TEMPO"
Em respeito ao corpo inerte, silencioso,
Na passagem desse a outra vida,
Não haverá festa para essa despedida,
Nem haverá lágrimas... Ninguém está nervoso.
Uma vida conclamou outra a estar bem
Quando o bem-estar desta já incomodava.
Sequer pensou duas vezes, nem adiantava.
Tomando o rumo agora, àquele que convém.
Uma parte se vai; outra fica encoberta.
É a decisão Divina, e em hora certa,
E uma nova identidade surge na mudança.
Por um tempo ainda, um sentimento existe
Pela separação dolorosa que a tudo resiste,
Que, com o passar do tempo, torna-se simples lembrança.
(ARO. 1993)