SONETO DO CARAMUJO HUMANO
Andava me ocultando pelas ruas em vez.
Enquanto ela passava sorrindo e altiva,
Qual fosse eu o culpado no que me fez,
E ficar em medo do olhar que não me via.
Nessa estúpida forma de ser e de vida,
Caramujo humano que me tornara,
Já confundia as ideias e as medidas,
Em uma dor maior que a suportada.
Meu Deus! Como demorei a sair dessa casca,
Que não só me prendia, mas também sufocava,
Enquanto ao ar livre ela vivia a correr.
Larguei este estado mais que rastejante,
Não querendo mais esta vida humilhante,
Quero novo horizonte, cansei de morrer.