PERFUME DE PRIMAVERA
PERFUME DE PRIMAVERA
não falo, pois se falo só digo teu nome.
fico triste, pois nem ouço o eco, então me calo
quero que escutes a alma gritar quando falo;
que sintas o fogo de amor que me consome.
quando suspiro, doridas saudades exalo,
minha alma padece silente – tenho fome
do amor/carinho, que por ternura se tome,
já não louvo a vida neste viver tão ralo.
o fado encontrou-nos em compasso de espera
tanto é boa a vida, quanto traz desventura.
mas longo é o tempo quando o cardápio é paquera.
minha alma amorosa não comporta aventura.
vem, a tua tem perfume de primavera,
e habita meu peito túmido de ternura.
Afonso Martini - 031111