INCRÉDULO
As pétalas tuas, para quem abrirão?
Por quais juramentos quanta vez
julguei amar algo mais que religião,
mas fora maior descrença e estupidez?
Se, para ti, só me permiti um altar
e não reinventei, na minha oração,
a sagrada iniquidade da tua ilusão...?
Se só impus a uma diva perene adorar!...
Diva — mulher e homem no mesmo porto
para suplantarem a lívida admoestação
e atingirem, numa ilha, a fome do corpo:
nossa carcaça, desprendidos vinho e pão,
que fizera o sim e o sol, o sino e o conforto.
— Rugas da cara, teus sorrisos para onde vão?
* Poema reunido no livro "Gênese de Poemas Inversos", edição do autor.
As pétalas tuas, para quem abrirão?
Por quais juramentos quanta vez
julguei amar algo mais que religião,
mas fora maior descrença e estupidez?
Se, para ti, só me permiti um altar
e não reinventei, na minha oração,
a sagrada iniquidade da tua ilusão...?
Se só impus a uma diva perene adorar!...
Diva — mulher e homem no mesmo porto
para suplantarem a lívida admoestação
e atingirem, numa ilha, a fome do corpo:
nossa carcaça, desprendidos vinho e pão,
que fizera o sim e o sol, o sino e o conforto.
— Rugas da cara, teus sorrisos para onde vão?
* Poema reunido no livro "Gênese de Poemas Inversos", edição do autor.