"TRÊS TERÇOS E NADA MAIS"
Um terço do caminho o homem passa e não se importa,
Não reserva energias, não se acovarda, nem se comporta.
Faz tudo de tudo, não lhe intimida nem a morte.
Reage a toda ação contrária, lança tudo à sorte.
Metade do seu caminho vai, e o homem se controla;
Busca não ser extravagante, um pouco lhe consola;
Analisa cada situação, respeita cada mistério;
Leva o que surge com harmonia, e chega a ser muito sério.
Dois terços da caminhada lá se foram, o tempo voa.
O homem já resignado caleja o joelho numa boa;
Já não discute, mesmo com razão, pois não compensa.
Três terços chegam ao fim, e o homem apenas reza,
Agora só lhe resta esperança, a vida lhe pesa;
Aguardar é o que lhe cabe agora... Ele já não pensa...
(ARO. 1996)