"UMA VIDA DE 14 A 15 MINUTOS..."
Em apenas um minuto, ela resolve sair da barriga.
São contrações incessantes, mais um minuto de briga.
Uma parte surge, e por um minuto, a outra fica ainda,
E por mais um minuto, tem-se uma vida na berlinda.
É o cordão umbilical que no minuto gera problema
E se leva mais um minuto, para o médico um dilema,
E no minuto seguinte, resolve-se por uma cirurgia
Que não passa de um minuto para corta a agonia.
No próximo minuto aquela vida é incubada,
E entre um minuto e outro, tem-se ela controlada,
Mas que no outro se percebe sê-la duvidosa.
Mais um minuto de angústia, de espera silenciosa,
E as sessenta batidas cardíacas vão decrescendo no visor,
Até se transformar numa reta... Um minuto de dor...
(ARO. 1994)
(a uma vida perdida ao ‘quase’ nascer)