DESASSOMBRO [CCXCVIII]
Eu sou aquele eterno caminheiro,
lançado ao largo, d’olho meio pando;
um peregrino, muito em paz, vogando,
avesso aos saltimbancos do dinheiro.
E sou aquele que larguei do quando,
mas que parti do onde e fui-me inteiro,
pois, hoje, no plural, virei parceiro
do culto à Paz que já se vai formando.
E sou aquele bronco, néscio homem
que nem fascistas corvos não o comem,
por ter nas fibras meus letais venenos.
Agora e sempre, porta-voz de um grito,
jamais detenho os passos no infinito
– creio nas liberdades, pelo menos!
Fort., 03/11/2011.