Desfalecida ventura
A nau mórbida pousa a proa encardida,
Ancora o porto, o dissabor desmedido;
Ferem-se as milhas do alento desiludido,
E a luz refratada, se apaga envelhecida.
Ouve o grito lúcido d’águia tão erguida,
Qual loucura padece o elo acometido,
Do que este pulso branco, amortecido?
A memória cinza desta cúpula perdida
Invade a sombra que o destino preza;
O abismo, enternecendo a dor ausente,
Desmorona-se a maré rude aprisionada,
E assim prevalece um corpo pendente
Consumido pela ira alheia, paralisada;
Desta súbita razão, o ocaso se revela.