Invasora
Quem te autorizou a freqüentar meus sonhos;
e dizer palavras lindas ao meu ouvido atento;
ungir meus olhos tristes com teu puro ungüento;
viajar comigo à prados e bosques medonhos?
Tocar meu rosto pálido com mãos calientes;
encher meus lábios silentes num beijo farto;
arrancar-me a solidão como em dorido parto;
visitar meu leito frio em noites freqüentes?
Quem lhe deu o direito de me dar esperança;
encravar a paixão qual uma lança
e fazer-me feliz como uma dança ao luar?
Quem dos meus sonhos abriu-te a porta,
e convidou-te ao coração, pouco importa...
Pois veio o Sol, é hora de acordar.
Zezinho França