MAÇÃS



Supero, para beijar-te, minha saudade
dum aconchego, num sopro, e não podes.
Testemunho a virginal algema da tua vontade
divulgada num carrossel de asteróides.


Agitas no vulto das asas — que te destacas,
tremulas o meu nome e eu me remoço.
Detenho teus seios nos lábios, e não posso.
Entre nós, a distância interpõe luas — opacas.


Ai, adolescente maliciosa que danças com alarde!
(Mas, ao redor, a nuvem tinge densa castidade!)
— Somos, nesse paraíso, belos cisnes, nossos fãs.


— Amantes risíveis, anjos com radares de falenas,
a paixão abrevia o pouso (somos a arena);
terra vermelha, morna, aqui nos deitamos maçãs.

Milton Moreira
Enviado por Milton Moreira em 02/11/2011
Código do texto: T3313136
Classificação de conteúdo: seguro