DESENCANTO
És tão feia, doce amor, e tens tanta feiúra
quando revelas infeliz — teu desencanto!
És, por desleixo, horrorosa e obscura
quando transmudas da melancolia ao pranto.
Tristonha, deixa-te às trevas de um recanto,
e sem o teu riso, ah! que inodora figura;
adversa, ah! eu te vejo decompor a candura,
como fugisses da beleza para o quebranto.
Vens amuada — e volto cativar a rua, a praça...
Redescubro quanto fascínio me dão as luzes!
(Odeio, sim, que me atiras às luas, além de ti).
Tão admirável o teu semblante, a tua graça,
quando sorris, que te sublimo: — Sorri!
Por teu encanto, que importa se me seduzes?
És tão feia, doce amor, e tens tanta feiúra
quando revelas infeliz — teu desencanto!
És, por desleixo, horrorosa e obscura
quando transmudas da melancolia ao pranto.
Tristonha, deixa-te às trevas de um recanto,
e sem o teu riso, ah! que inodora figura;
adversa, ah! eu te vejo decompor a candura,
como fugisses da beleza para o quebranto.
Vens amuada — e volto cativar a rua, a praça...
Redescubro quanto fascínio me dão as luzes!
(Odeio, sim, que me atiras às luas, além de ti).
Tão admirável o teu semblante, a tua graça,
quando sorris, que te sublimo: — Sorri!
Por teu encanto, que importa se me seduzes?