INDOLÊNCIA


Não me obrigo ávido
revelar as sementes que planto,
nem as palavras que decanto
fecundas num terreno árido.


(Escolherei por mim o meu plantio.)
— Verso indolente, eu te suplanto
num semear de água de rio,
incrustado em dourado canto...

Basta-me grafar, ao menos,
quanto revivo a antiga
sedução da crase e do silêncio.

Germinará neste arado de somenos
minha colheita de espigas
do que sinto e nem sempre penso.

Milton Moreira
Enviado por Milton Moreira em 02/11/2011
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