INDOLÊNCIA
Não me obrigo ávido
revelar as sementes que planto,
nem as palavras que decanto
fecundas num terreno árido.
(Escolherei por mim o meu plantio.)
— Verso indolente, eu te suplanto
num semear de água de rio,
incrustado em dourado canto...
Basta-me grafar, ao menos,
quanto revivo a antiga
sedução da crase e do silêncio.
Germinará neste arado de somenos
minha colheita de espigas
do que sinto e nem sempre penso.
Não me obrigo ávido
revelar as sementes que planto,
nem as palavras que decanto
fecundas num terreno árido.
(Escolherei por mim o meu plantio.)
— Verso indolente, eu te suplanto
num semear de água de rio,
incrustado em dourado canto...
Basta-me grafar, ao menos,
quanto revivo a antiga
sedução da crase e do silêncio.
Germinará neste arado de somenos
minha colheita de espigas
do que sinto e nem sempre penso.