ÁLVARO DE CAMPOS LÊ CLARICE LISPECTOR
 
Pra quem na vida só levou porrada,
Pra quem acreditou na fantasia,
E vendo – logo após – a dura e fria
Realidade áspera – mais nada.
 
Pra quem só teve luta na jornada,
Ficando algumas noites de vigia,
Sonhando acordado – quem diria,
Até ver o raiar da alvorada...
 
Um sentimento busca; e quando o sente,
Abate-lhe um susto de repente.
Entristecendo logo que o anima... 
 
Pois acha tudo isso como a bruma,
Que ao sol e ao vento esvai – não coaduna,
Já que a felicidade é clandestina.
 
2O/O7/2O11
Gonçalves Reis
Enviado por Gonçalves Reis em 01/11/2011
Código do texto: T3311132
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