"TEMPO PERDIDO"

Sentou-se à flor da grama olhando um pôr de sol laranja.

Debruçado em seus pensamentos, olhos vidrados,

Parece que nada percebia sobre o que passava ao lado.

Os olhos não piscam, tamanha é a beleza que ali se esbanja.

Borboletas no campo, grilos à volta cantando.

Ao longe, um arvoredo balançando à brisa suas verdes folhagens.

Um marulhar incessante das ondas na paisagem.

Um segredo, ou mesmo um mistério da vida passando.

Pássaros libertos cantadores a quebrarem o silêncio do lugar;

A lua cheia nem mesmo espera sua vez de brilhar

Acompanha o sol escondida entre nuvens escassas.

Deitou-se tal estivesse cansado com o vento a lhe refrescar.

De repente, levanta-se e se põe a voltar pra casa sem graça

Sem sequer ter feito um poema, apesar de tudo que passa.

(ARO.1997)

Profaro
Enviado por Profaro em 31/10/2011
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