"TEMPO PERDIDO"
Sentou-se à flor da grama olhando um pôr de sol laranja.
Debruçado em seus pensamentos, olhos vidrados,
Parece que nada percebia sobre o que passava ao lado.
Os olhos não piscam, tamanha é a beleza que ali se esbanja.
Borboletas no campo, grilos à volta cantando.
Ao longe, um arvoredo balançando à brisa suas verdes folhagens.
Um marulhar incessante das ondas na paisagem.
Um segredo, ou mesmo um mistério da vida passando.
Pássaros libertos cantadores a quebrarem o silêncio do lugar;
A lua cheia nem mesmo espera sua vez de brilhar
Acompanha o sol escondida entre nuvens escassas.
Deitou-se tal estivesse cansado com o vento a lhe refrescar.
De repente, levanta-se e se põe a voltar pra casa sem graça
Sem sequer ter feito um poema, apesar de tudo que passa.
(ARO.1997)