Olhando a noite.

Desce lentamente a noite sobre o dia,

sinto a presença da Dama da noite,

trama da saudade, que vem como açoite.

no ar, estranho perfume que me extasia.

Noite. Livrai-me desta sinestesia

do perfume, que amarga meus sonhos,

com negra venda de olhos tristonhos,

quando este manto cobre todo o dia.

Cicatrizai, pois esta desordem da mente,

Com tormentos terríveis neste poente,

Que fazem da noite este mar de agonia...

Mas mesmo que se pense viver contente,

vêm estes meus sentimentos em corrente,

acomodam-se nos olhos na indelével ironia.

Toninho.

30/10/2011

Toninhobira
Enviado por Toninhobira em 31/10/2011
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