SONETO (O SER)
                         

Tens um bloco de terra enrijecida,
Tens a água p’ra que a possas modelar,
Tens a ciência que te está absorvida,
E segredos que não podes revelar.

E no pó que por tua mão então molhastes,
Faz-se o molde para cópias parecidas,
Sem que nunc’ hora houvesse em que falhastes.

Mas só importou a ti veres assumidas
Tarefas; modos e comportamento,
Escreverias todos os teus mandamentos, 
Mas o homem trocou-te p’la alegoria.

E o ser, d’água, pó e o teu sagrado vento,
Na hipocrisia, o criador el’ desafia,
Pensa ser Deus, e é o escravo do tormento...



29/12/2006








José Carlos De Gonzalez
Enviado por José Carlos De Gonzalez em 29/12/2006
Reeditado em 01/01/2007
Código do texto: T330801
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