Soneto Dos Extremos (ciúme e confiança)
Há dois extremos: o ciúme e a confiança.
No meio deve imperar a cautela.
Porque o ciúme expõe-nos as mazelas.
E confiando pensamos estar em segurança.
Mas o sujeito há de andar no equilíbrio.
Pois o ciúme é mau conselheiro.
É sentimento angustiante, enfermo.
O excesso de confiança é um perigo.
Falo assim porque sou velho homem.
Já peregrinei pelos dois extremos.
Sensações que nos anulam, carcomem.
Criam um desassossego ou muito sossego.
Ambos revelam uma alma dependente.
Eis a lição: amor e desapego.