Delirio
Delírio
O sabor salgado d’ma lágrima quente rolando perdida
Desenha a trajetória da saudade que arde no peito
Molhando o cantinho da entreaberta boca sem jeito
Contornando todo rosto como se fosse uma avenida
O gosto dessa gota n’alma carente e ressequida
Arrepia a pele ,vibra no coração inquieto em trejeitos
Navegando insana na estátua da saudade esculpida
Num intenso querer revolvendo impiedosa a ferida
Sonhos adentram o presente em burburinho
Numa euforia impertinente sufocando a razão
Como garras pontiagudas ferem e beija o coração
Amplexos de nuvens incendiadas de carinho
Farfalham em delírio pelo corpo em chamas suado
Revivendo a história d’m amor tão loucamente sonhado
Norma Bárbara