PUNHAL DE PRATA, SANGUE SAUDADE.
Queria não ter que admitir da minha dolência,
Essa sensação formando no peito uma acéquia,
Que pende a romper por sentir tua ausência,
Que em mim tal sentir já se tornou relíquia.
Porém em ato contínuo e involuntário,
Musculo apaixonado controla-me e pulsa,
Infringindo-me das vontades o contrário,
E de mim a força de esquecê-la expulsa.
Punhal de prata judia e apunhala vontade,
Judas de mim me entrega em falsa lealdade,
Expondo um frágil fingido forte, sonhador.
Janelas da face em chuvas de saudades,
Brilha-me mais intenso o punhal da verdade,
Sem sangue, agora nas mãos do meu amor.