Soneto da Vida

Viver... É aprender a morrer todos os dias

Pois que a morte, qual única virtude,

É um premio a quem viveu a vida em plenitude,

E em plenitude se entregou às fantasias...

Se assim não fosse, mesmo havendo quem diria:

-A morte é uma miragem, nos ilude,

Trajando o manto negro da vicissitude...

Ninguém então, em sã consciência, morreria!

Viver é compreender que a morte é inevitável...

O certo é que morremos pouco a pouco

No cabalístico mistério do impalpável!

Vivamos, pois, a vida mágica dos loucos,

Que a realidade pérfida e imutável

Nos traz a urgência no martírio do sufoco!

Ciro di Verbena

P.S* Neste soneto “Alexandrino”, todos os segundos versos dos Quartetos e dos Tercetos foram intencionalmente compostos em Decassílabos.

Motivo: Um estudo referente a ritmo nos versos dos sonetos.

Tese: Versos Alexandrinos podem vir intercalados com versos Decassílabos sem causar perda substancial no ritmo da leitura do soneto!

Ciro Di Verbena
Enviado por Ciro Di Verbena em 29/10/2011
Reeditado em 08/11/2011
Código do texto: T3304905
Classificação de conteúdo: seguro