Soneto da Vida
Viver... É aprender a morrer todos os dias
Pois que a morte, qual única virtude,
É um premio a quem viveu a vida em plenitude,
E em plenitude se entregou às fantasias...
Se assim não fosse, mesmo havendo quem diria:
-A morte é uma miragem, nos ilude,
Trajando o manto negro da vicissitude...
Ninguém então, em sã consciência, morreria!
Viver é compreender que a morte é inevitável...
O certo é que morremos pouco a pouco
No cabalístico mistério do impalpável!
Vivamos, pois, a vida mágica dos loucos,
Que a realidade pérfida e imutável
Nos traz a urgência no martírio do sufoco!
Ciro di Verbena
P.S* Neste soneto “Alexandrino”, todos os segundos versos dos Quartetos e dos Tercetos foram intencionalmente compostos em Decassílabos.
Motivo: Um estudo referente a ritmo nos versos dos sonetos.
Tese: Versos Alexandrinos podem vir intercalados com versos Decassílabos sem causar perda substancial no ritmo da leitura do soneto!