O desconcerto
Sobrando a milésima voz desafigurada
Da artéria coronária, exausta banhou
O ventre utópico adormecido, e deixou
A alma de palha em fogo, amargurada.
Que serias se a não houvesse saciada
A carne, onde a pena de morte acusou?
Nenhuma vez, o sangue corrente mofou
E a angélica flor, escolhestes camarada!
Somente as rugas de um tempo maduro
Dirão às teimas que inflamam esta aorta;
Decerto, ninguém a ousará mais adiante
Cobrar-me a custo, a sétima parte morta,
Quando a fonte mina se nega agravante,
E a providência, se tornará vulgo futuro?
Pombal, 28 de outubro de 2011.