"SEPARAÇÃO BRUTAL"

O véu da noite surge repentino e frio.

Em um canto palavras úmidas de pranto

Suplicam uma partida honrosa desse vazio

Que lhe chamam vida sem qualquer encanto.

Sua fome é negra, desordenada e mortal;

Seu nome é pura lama desde que abandonado,

Seus amigos, como o próprio, são as sementes do mau;

Seu mundo, um calabouço de sombras do passado.

Seus clamores ecoam pelo espaço do infinito

À procura de uma mão forte que à noite vague

Também à busca de um resgate que na salvação lhe pague.

À luz da razão, suas palavras flutuam ambaçadas

Pedindo o perdão Divino como um canto no fim da jornada,

E como se alma lhe fosse arrancada, explode um grito...

(ARO. 1995)

Profaro
Enviado por Profaro em 28/10/2011
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