"SEPARAÇÃO BRUTAL"
O véu da noite surge repentino e frio.
Em um canto palavras úmidas de pranto
Suplicam uma partida honrosa desse vazio
Que lhe chamam vida sem qualquer encanto.
Sua fome é negra, desordenada e mortal;
Seu nome é pura lama desde que abandonado,
Seus amigos, como o próprio, são as sementes do mau;
Seu mundo, um calabouço de sombras do passado.
Seus clamores ecoam pelo espaço do infinito
À procura de uma mão forte que à noite vague
Também à busca de um resgate que na salvação lhe pague.
À luz da razão, suas palavras flutuam ambaçadas
Pedindo o perdão Divino como um canto no fim da jornada,
E como se alma lhe fosse arrancada, explode um grito...
(ARO. 1995)