Soneto 217
Nos umbrais do passado o adro esquecido
Dormências espectrais naquele cais
Cemitério de navios em tais sais
Ilhas revoltas do mal retorcido.
Maldições de esferas mortas às feras
Não haverá trégua nas águas do mau
Sangue escuro da noite deste luau
Medeia da maldade de tais megeras.
Silvam cobras hiantes da seva chaga
Purulenta e lenta a vil vingança
Do ódio que na morte aqui alcança.
Circe de mil demônios de tanta praga
Perséfone ancestral na luz bruxuleante
Sorte no norte da morte a esperança.