GUERREIRO

Versejo triste, pois me sangram chagas,

feridas d'alma, ardores lancinantes...

Estas sequelas, perdas degradantes...

Este plantio em mim servido às pragas!

Não sei sorrir ao gume das adagas,

vendo os iguais chorando, suplicantes

aos seus carrascos vis, horripilantes,

para não terem, findas, suas sagas!

Também lastimo a morte de um cãozinho...

Ao encontrar, ferido, um passarinho...

Ai, não suporto as trevas do viver!

Será que para o encanto verdadeiro,

talvez precise ser tenaz guerreiro

e não sentir a dor de um outro ser?

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 28/10/2011
Código do texto: T3302792
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