"QUADRO TRISTE"

Era uma triste figura, passiva, sentada,

Sob a chuva fina que lhe molhava por inteiro

Trazendo um olhar vazio e prisioneiro

Do mundo que lhe pôs um dia nessa escalada.

É a própria desilusão do futuro

Prostrado à espera do não se sabe o quê?

Os cabelos escorridos, também inseguros

Quanto às reais possibilidades de um porquê...

Como uma silhueta sentada

Na tela de um quadro em agonia

Onde quem passa olha, e mais nada.

Reservando-se à sua inexplicável fantasia,

Atenta a tudo numa busca declarada,

Ou aguardando a solução para sua paralisia...

(ARO. 1993)

Profaro
Enviado por Profaro em 27/10/2011
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