Sonetorto do Desmerecimento

Ai musa, desenhada a pena e tinta!

Tenho pena, tenho tinta, tenho verso.

Não mereço a musa nem que ao reverso.

Mesmo-ainda assim, de forma mui distinta,

Ela inspira, sendo carne-se-faz-verbo.

Ai musa, tu me usa, me fascina!

Essa sina que eu tenho é esquisita?

Pois se a musa é de ouro ou de chita

Não importa, musa, és sempre menina

Mulher-ouro-prat-incenso-mirra-e-fita!

Minha musa, não mereço-te assim

Nem assado, nem de frito, nem o osso!

Coisa fofa-loca, põe e tira o fosso

Onde soprar-hão os versos do sem-fim.

Dija Darkdija

Dija Darkdija
Enviado por Dija Darkdija em 27/10/2011
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