VIDA SEM RUMO
VIDA SEM RUMO
Está sonolenta a maravilhosa vida.
Corpo e alma sem os estímulos do carinho,
chorosos, reclinados em seu pobre ninho,
brincam de solidão, sem fazer alarido.
Pra quem lhes lê a alma nota seu desalinho,
porque há em seu humor uma tristeza descabida,
herança de momentos da vida vivida,
tropeçando em êneas pedras em seu caminho.
Triste é o final de um novo ciclo amarrotado;
preocupantes as doçuras das benesses.
São tormentas com vendavais amalgamados.
Se o coração segue o fluxo dos interesses
e vê no final seus benquereres frustrados,
luzes da ribalta se apagam na quermesse.
Afonso Martini - 261011