À memória de meu pai

À MEMÓRIA DE MEU PAI

(Raimundo Ferreira do Prado

falecido subitamente na manhã

de 4 de setembro de 1959, aos 42 anos.)

Que sina, meu pai! tão moço partiste,

Tão cedo em voos para outras esferas.

Levaste o azul das belas primaveras,

Meu mundo ficou pobre e muito triste.

Como sonhar azul em outras eras?

Se o mundo que era nosso não existe,

Se na minh'alma a dor cruel persiste,

Calando sonhos e outras mil quimeras!

Guardo de ti o mais belo cenário,

Faço do exemplo teu - meu ideário,

Num gesto de brandura e de verdade.

Ainda com o rosto contrafeito,

Co'um travo de amargura sobre o peito,

Vivo um misto de dor e de saudade.

Belo Horizonte, 26 de outubro de 2011

Onofre Ferreira do Prado
Enviado por Onofre Ferreira do Prado em 26/10/2011
Reeditado em 10/01/2021
Código do texto: T3300167
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